domingo, 20 de janeiro de 2008

Sinais dos Tempos

"Há muito tempo que não há uma grande acção de contestação a nível nacional. A que se deve?
Desde os anos 90 que não tem havido grandes acções de contestação a nível nacional, e as que têm acontecido são, de facto, pouco participadas. Estamos perante uma geração mais afastada das preocupações políticas e sociais, e os dirigentes sentem um descrédito neste tipo de acções, até porque as últimas foram descredibilizadas, porque os estudantes nem faziam ideia do que lá estavam a fazer e a defender ou por serem marcadamente partidárias. Os dirigentes, hoje em dia, preferem apostar em acções e trabalhos de gabinete, através de pareceres.

Perdida a luta contra as propinas e a implementação de Bolonha quais são hoje as grandes causas dos estudantes?
São predominantemente três: queremos ser ouvidos por quem dirige as instituições; o problema do financiamento vai manter- -se ou mesmo aumentar, devido aos vários cortes orçamentais, afectando a acção Social e o peso do financiamento familiar; e, por fim, procurar que os estudantes consigam ter a oportunidade de vencer no mercado de trabalho, através de melhores condições de estágio e que as instituições de ensino garantam qualidade nos conteúdos administrados e que sejam reconhecidas por tal."

Excerto da entrevista de Paulo Pinheiro, Presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa, ao jornal Mundo Universitário.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estamos perante uma geração apática e inerte que espera que os outros façam o "trabalho" deles, para os quais as palavras luta, solidariedade e sacrifício só têm sentido se sentados em frente a uma TV com um comando na mão. Estão à espera do quê de milagres? E quem dera a ESE ter direito a pareceres...