segunda-feira, 25 de junho de 2007

Sem Enganos!


Acrescentamos neste post o texto que complementa a foto da ESCE. Pensamos que aqui não se enganaram, apesar da referência à brancura do edifício já não condizer com a realidade actual.

O que é que a arquitectura de Siza Vieira tem, afinal, para fazer dele, nas palavras de Varela Gomes, “O único arquitecto genial que existe em Portugal”? O critico Ricardo Carvalho quis responder a isto num edifício desenhado por Siza, e levou o Ípsilon à Escola Superior de Educação de Setúbal (projecto de 1986 a 1994). “ Ele tem um domínio magistral da escala e uma variação máxima dos espaços”, diz, passando pela pequena porta que nos transporta do exterior do edifício para o “hall” interior, num movimento do grande para o grande através do pequeno. “Independentemente do tamanho do edifício a escala é sempre humana e acolhedora. Outros arquitectos não conseguem evitar o carácter de monumentalidade”.

Estamos sentados no bar, há alunos a comer, a entrar ou a sair, movendo-se no espaço branco. “ É uma arquitectura que trabalha com a redução, há a utilização de poucos materiais e o branco atribui um carácter unitário à complexidade”,, explica, perante galerias suspensas, pilares inclinados, átrios com formas inesperadas, ou a duplicação de uma clarabóia numa janela de um corredor para um átrio. “É uma arquitectura absolutamente emocionante e anti-tecnocrática”, em que existem “espaços configurados por volumes, que não têm uma função específica mas que são muito poéticos” (“Há-de haver sempre um canto para alguém ou um grupo que se queira isolar”, disse Siza numa entrevista em 1992 à revista “Escola Nova”).


In Ípsilon (suplemento do Jornal Público), 15-06-2007

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